Suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa é transferida para Pedrinhas

Jordélia Pereira Barbosa

A Justiça do Maranhão decretou, nesta tarde, a prisão preventiva de Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, principal suspeita de envolvimento no envenenamento de três membros de uma mesma família em Imperatriz. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada no contexto das investigações conduzidas pela Polícia Civil.

Com a medida, Jordélia será transferida do presídio de Santa Inês para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

Segundo a Polícia Civil, Jordélia é ex-companheira do atual namorado de Mirian Lira, uma das vítimas do caso. A principal linha de investigação aponta que o crime teria sido motivado por ciúmes e desejo de vingança. Em depoimento, a suspeita admitiu que comprou o chocolate entregue à família, mas negou ter adicionado qualquer substância tóxica ao doce.

A tragédia ocorreu após a entrega de um ovo de Páscoa, que teria sido consumido por um menino de 7 anos, sua mãe e sua irmã. O garoto não resistiu e morreu. As duas mulheres seguem internadas em estado grave, sob cuidados intensivos.

O caso gerou grande comoção em Imperatriz e mobilizou a opinião pública. A Polícia Civil aguarda agora o resultado das perícias técnicas que vão indicar se o chocolate estava envenenado e confirmar a causa da morte da criança.

Presa mulher suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa em ITZ; criança morreu

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A Polícia Civil do Maranhão prendeu, nesta quinta-feira (17), Jordélia Matos Araújo, de 36 anos, na cidade de Santa Inês. Ela é suspeita de envolvimento no envenenamento de uma família que recebeu um ovo de Páscoa contaminado, caso que chocou o estado. Jordélia é ex-namorada do atual companheiro de Mirian Lira, de 32 anos, uma das vítimas da tragédia.

O filho de Mirian, Luís Fernando Rocha Silva, de apenas 7 anos, faleceu na madrugada de quinta-feira (17), após consumir parte do ovo de chocolate. Mirian e a filha Evelyn Fernanda, de 13 anos, permanecem internadas, entubadas e em estado grave no Hospital Municipal de Imperatriz (HMI).

O chocolate foi entregue à família na noite de quarta-feira (16) por um motoboy, acompanhado de um bilhete: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. Pouco tempo depois, Mirian recebeu uma ligação de uma mulher não identificada que apenas confirmou o recebimento do presente e desligou sem se identificar.

Luís Fernando foi o primeiro a apresentar sintomas graves de intoxicação. Apesar dos esforços da equipe médica, o menino não resistiu. Mirian e Evelyn começaram a passar mal em seguida e foram rapidamente hospitalizadas com sinais evidentes de envenenamento.

A prisão de Jordélia foi realizada pela equipe da Polícia Civil em conjunto com o Centro de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), quando ela tentava sair da cidade em um ônibus interurbano. Jordélia reside em Santa Inês e, segundo as investigações, tinha motivação pessoal para o crime.

Amostras do chocolate foram enviadas ao Instituto de Criminalística de Imperatriz, que deverá confirmar, por meio de exames laboratoriais, se o produto continha substâncias tóxicas. A polícia trata o caso como prioridade máxima e trabalha com a hipótese de crime premeditado.

Menino de 7 anos morre após comer ovo de Páscoa em Imperatriz; mãe e irmã seguem na UTI

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Uma criança de apenas sete anos morreu após comer um ovo de Páscoa nesta quarta-feira (16). O caso, que está sendo tratado como suspeita de envenenamento, também deixou outras duas pessoas da mesma família internadas em estado grave: a mãe da menina, de 36 anos, e sua irmã, de 14 anos.

As três vítimas deram entrada no Hospital Municipal de Imperatriz na noite de quarta-feira (16), apresentando sintomas graves logo após consumirem o mesmo ovo de chocolate. O doce havia sido entregue por um mototaxista à residência da família, acompanhado de um bilhete com a mensagem: “Feliz Páscoa”.

Segundo relatos de familiares, uma das vítimas começou a passar mal minutos após ingerir o chocolate, seguida pelas demais. Todas foram socorridas e levadas às pressas para o hospital, onde foram internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar dos esforços médicos, a criança não resistiu e teve a morte confirmada na manhã de hoje.

A Polícia Civil investiga o caso com prioridade e já iniciou a coleta de provas. Um laudo pericial do chocolate foi solicitado para confirmar a presença de substâncias tóxicas. O mototaxista responsável pela entrega ainda não foi localizado, e a principal linha de investigação é identificar quem enviou o ovo de Páscoa envenenado.

De acordo com fontes da investigação, a mãe da criança teria recebido uma ligação logo após o recebimento da encomenda. O número está sendo rastreado e pode ser uma pista fundamental para elucidar o caso.

O clima é de consternação e revolta na comunidade. A polícia pede que qualquer informação sobre a entrega ou o mototaxista seja imediatamente repassada às autoridades.

A delegada responsável pelo caso afirmou que “tudo indica que a entrega do ovo não foi um ato aleatório”, e que as investigações seguem com o máximo rigor para esclarecer a motivação e encontrar os responsáveis.

O corpo da criança será submetido a exames complementares no Instituto Médico Legal (IML) de Imperatriz.

Avenida Litorânea terá mais 7km de via para melhorar a mobilidade, incentivar o turismo e a economia

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A Grande Ilha receberá mais uma grande obra de infraestrutura viária e mobilidade urbana executada pelo Governo do Maranhão. Nesta quarta-feira (16), o governador Carlos Brandão assinou ordem de serviço para a construção da nova Avenida Litorânea. Com 7 quilômetros de extensão, a via ligará a Avenida São Carlos, no bairro Olho d’Água, em São Luís, à Avenida Atlântica, no bairro Araçagi, em São José de Ribamar.

Atualmente, a Avenida Litorânea tem 7 quilômetros de extensão. Ao fim das obras que serão executadas pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), a via terá 14 quilômetros. A intervenção já é considerada um dos maiores projetos de mobilidade e urbanismo do litoral maranhense.

O novo prolongamento da Avenida Litorânea representa um investimento de R$ 235.686.179,02 e integra os municípios da Grande Ilha com uma via moderna, segura e ambientalmente responsável. Os recursos são oriundos de parceria entre o Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades, e o Governo do Maranhão.

Durante a solenidade, o governador Carlos Brandão assinalou a importância da obra para a integração dos municípios da Grande Ilha. “Esta é uma obra estruturante que vai ligar São Luís e São José de Ribamar, impactando positivamente também em Raposa, que é a região para onde a Grande Ilha está crescendo, representando um grande avanço para a mobilidade urbana. Esta é uma obra que será feita pensando no futuro, no crescimento da nossa economia, no turismo de toda a região”, informou.

Brandão também ressaltou que o projeto de extensão da Avenida Litorânea foi construído por meio do diálogo com diversos órgãos, entidades, donos de bares e a população. “Nossos técnicos elaboraram este projeto durante dois anos, ouvindo os órgãos de meio ambiente, a Superintendência de Patrimônio da União, a Marinha e diversas outras entidades. Também ouvimos os representantes dos bares e dos vendedores ambulantes que trabalham na região há 30 anos e que serão beneficiados com esta obra, recebendo bares de alto padrão para poderem trabalhar e atender os turistas”, explicou.

O secretário de Estado de Infraestrutura, Aparício Bandeira, afirmou que o novo prolongamento representa uma mudança profunda no modo como as pessoas se conectam à cidade e à natureza.

“Quando concluirmos esta obra, teremos uma avenida de 14 quilômetros, ligando desde a Praça dos Pescadores até a Praia de Olho de Porco. Estamos garantindo segurança, acessibilidade e qualidade de vida, com equilíbrio entre urbanização e preservação ambiental. É uma obra para esta e para as próximas gerações”, garantiu Aparício Bandeira.

Também participaram da solenidade o ministro dos Esportes, André Fufuca; a senadora Eliziane Gama; o desembargador Froz Sobrinho, presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA); os deputados federais Pedro Lucas e Júnior Lourenço, os deputados estaduais Adelmo Soares e Ricardo Arruda; os prefeitos de São José de Ribamar, Dr. Julinho, e de Raposa, Eudes Barros; o presidente da Câmara de Vereadores de São Luís, Paulo Victor; além de diversos prefeitos de municípios maranhenses, secretários estaduais e vereadores dos quatro municípios da Grande Ilha.

Prolongamento da Avenida Litorânea

A obra de prolongamento da Avenida Litorânea terá 7 quilômetros de extensão, sendo considerada uma obra de função é múltipla, pois irá conectar os municípios, proteger o meio ambiente, estimular o turismo e organizar o crescimento urbano da orla da Ilha de São Luís.

O projeto inclui ciclovia ao longo de toda a avenida, 10,2 quilômetros de calçadas amplas, 3 faixas de rolamento por sentido, sendo 1 exclusiva para ônibus ao lado da qual serão instalados novos abrigos para os usuários do transporte coletivo. Também será feito estacionamento a 45º do lado esquerdo da via, canteiro central em piso intertravado e iluminação pública em LED. Será executado sistema completo de drenagem pluvial e integração com o sistema de esgoto por meio de duas estações elevatórias.

Um trecho da via será referente a uma ponte sobre o Rio Jaguarema, que fará a integração direta do novo eixo viário com a Avenida Atlântica, no Araçagi. Assim será possível dar mais fluidez ao tráfego, acessibilidade e conexão entre áreas urbanas.

Na Praça de Iemanjá, já no bairro Olho d’Água, será executada uma ampliação do projeto de urbanização da área, que ganhará espaço de lazer, contemplação e valorização cultural e religiosa, área planejada para convivência comunitária, turismo e manifestações culturais. A infraestrutura moderna com acessibilidade, paisagismo e iluminação especial irá resgatar e valorizar a identidade simbólica e espiritual da orla maranhense.

Benefícios da obra

Além de conectar a orla dos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar, a extensão da Avenida Litorânea trará diversos outros benefícios. A via será uma alternativa eficiente entre a Avenida dos Holandeses e a MA-203 (Estrada da Raposa), reduzindo congestionamentos e melhorando a mobilidade regional. O novo trecho também oferecerá resposta do Estado ao desafio de trânsito e transporte intermunicipal.

A nova via também promoverá a dinamização econômica e inclusão cultural, valorizando diversas áreas destinadas ao turismo, lazer e comércio da orla da Grande Ilha, gerando oportunidades de trabalho tanto na economia formal quanto informal, fortalecendo atividades culturais locais, ampliando a inclusão produtiva, criando um circuito integrado entre economia, cultura e turismo.

O ordenamento territorial e a sustentabilidade ambiental também serão outros benefícios da obra, pois ela promoverá o controle do uso e ocupação das praias e áreas costeiras, restringindo a circulação de veículos sobre dunas, falésias e zonas de risco, promovendo o uso urbano ambientalmente equilibrado da orla, dando mais dignidade para a população local.

Acusado de tentar matar homem com garrafa é condenado no MA

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Em julgamento realizado na última semana, dia 9 de abril, o réu Francisco das Chagas dos Santos Costa foi considerado culpado pelo Conselho de Sentença e recebeu a pena de 11 anos de reclusão. A sessão foi presidida pela juíza Muryelle Tavares Leite Gonçalves, titular da unidade judicial. Ele estava sendo julgado sob acusação de ter tentado contra a vida de Ronaldo Rodrigues da Conceição, em 31 de agosto de 2024, utilizando um casco de garrafa.

Consta no Inquérito Policial incluso que, na data citada, próximo ao Ginásio Poliesportivo, o denunciado tentou matar Ronaldo, mediante o uso de um casco de garrafa de vidro quebrado. Foi apurado que os dois estavam ingerindo bebida alcoólica e iniciaram uma discussão. O motivo foi o fato de que a vítima não queria mais dar uma dose de cachaça ao denunciado. Contrariado com a recusa da vítima, Francisco teria partido para a agressão, fazendo Ronaldo cair.

GOLPES COM CASCO DE GARRAFA

Nesse momento, aproveitando-se do fato da vítima estar com o pé lesionado e caída, Francisco das Chagas teria se apossado de uma garrafa e, após quebrá-la, teria aplicado golpes na vítima, atingindo rosto, braço, barriga e mãos. “Os elementos apontaram que o autor só cessou as investidas contra a vítima em razão da intervenção de sua mãe e de uma sobrinha do ofendido, as quais passavam pelo local e conseguiram conter o agressor”, pontuou o Ministério Público na denúncia.

“Em razão da pena aplicada e da natureza e gravidade do delito, bem como diante da necessidade do cumprimento da pena em estabelecimento compatível com o regime fechado e da manutenção dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, nego ao réu o direito de recorrer em liberdade, mantendo a sua prisão preventiva, nos termos do Código de Processo Penal, devendo o condenado continuar recolhido”, finalizou a magistrada na sentença. A sessão de julgamento ocorreu no salão do Tribunal do Júri da comarca.

Procurador do Dnit é investigado por crimes contra quilombolas em Santa Rita

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Em Santa Rita, um procurador federal do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é investigado pelo Ministério Público Estadual suspeito de envenenar as águas de um quilombo, destruir as casas dos moradores, matar animais e cometer crime ambiental. Ezequiel Xenofonte Júnior, que ocupa cargo de chefia no órgão, foi condenado em 2023 por ameaças a uma liderança quilombola e continua sendo investigado suspeito por ameaçar outros moradores do local.

A fazenda Cedro, da qual o procurador afirma ser herdeiro, tem áreas sobrepostas ao Quilombo do Cedro, que abriga 62 famílias. A região dos quilombolas foi  certificada como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares em maio de 2020. O processo de regularização fundiária está em andamento no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Em 2022, Xenofonte Júnior conseguiu uma decisão judicial em segunda instância para a reintegração da área, que já transitou em julgado, quando não há mais possibilidade de recursos. A comunidade é representada pelo Incra e pelo Ministério Público Estadual do Maranhão. Os órgãos tentam uma conciliação para manter as famílias quilombolas no local.

Em outubro de 2024, após um pedido da Defensoria Pública, a Justiça suspendeu temporariamente a ação de despejo dos moradores quilombolas “até a apreciação dos autos pela Comissão de Soluções Fundiárias” do Tribunal de Justiça do Maranhão. A comissão atua para pacificar conflitos de terra, especialmente os que envolvem desalojamento de famílias e risco de violência. Ainda não há previsão sobre quando a análise pela comissão irá ocorrer.

“Nós entendemos que essa reintegração seria um crime social. É uma comunidade que vive lá há mais de cem anos. Todos os nossos esforços nesse momento são para retirar o risco dessa reintegração”, afirma o promotor Oziel Costa Ferreira Neto, da Promotoria de Conflitos Agrários do Maranhão.

Xenofonte Júnior é procurador-chefe do Dnit no Maranhão desde 2000. Ele ingressou no funcionalismo federal em 1986, nomeado por decreto, como consta no Portal da Transparência. Atuou também como procurador da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), de acordo com documentos obtidos pela Repórter Brasil. Em outubro de 2024, dado mais recente disponibilizado pelo Portal da Transparência, ele recebeu dos cofres públicos R$ 41,5 mil líquidos, entre salário base, indenizações e honorários advocatícios.

A reportagem não conseguiu contato direto com Xenofonte Júnior, apenas com o filho dele, Ezequiel Xenofonte Neto por telefone, que pediu o envio dos questionamentos por email, mas não houve retorno até esta publicação. O espaço segue disponível para futuras manifestações.

Condenação por ameaça

O servidor do Dnit já foi condenado em primeira instância por ameaças proferidas contra Maria Antônia Teixeira Dias, uma liderança quilombola do Maranhão conhecida como Antônia Cariongo. Na sentença, de dezembro de 2023, a juíza Mara Carneiro de Paula Pessoa, da Vara Única da Comarca de Santa Rita, cita um vídeo anexado aos autos onde Xenofonte afirma “rastrear” a vítima. A gravação, feita por moradores do Quilombo do Cedro em outubro de 2020, foi acessada pela Repórter Brasil. Nela, Xenofonte diz: “ela não perde por esperar. Eu vou dar uma resposta para ela, para ela saber respeitar”. O procurador do Dnit afirma ainda no vídeo saber quem é a filha da liderança quilombola.

A sentença menciona ainda um boletim de ocorrência registrado por Cariongo, no qual ela relata ter se sentido intimidada por homens não identificados circulando nos arredores de sua casa após ter conhecimento do vídeo. Xenofonte foi condenado a um mês e dezoito dias de prisão por ameaça, em regime aberto.

Tanto Cariongo quanto Xenofonte recorreram da condenação em primeira instância. Ela pede aumento da pena e ele, absolvição. Ele alega que proferiu “palavras acaloradas, sem contudo, ameaçar a quem quer que fosse”, conforme consta no processo judicial.

“Esse homem acabou com a minha vida”, afirmou a líder quilombola em entrevista à Repórter Brasil. Ela registrou o boletim de ocorrência dias após ter acesso ao vídeo citado pela juíza na decisão. “Naquele momento eu vi que ia ser morta”.

Quilombolas relatam intimidação 

Os moradores do quilombo também registraram dezenas de outros boletins de ocorrências denunciando ameaças sofridas Em um desses documentos, de outubro de 2020, Cariongo relatou que ela e outros moradores observaram policiais militares fotografando a área do conflito fundiário. Segundo o boletim, os agentes estavam no local sem viatura, em um carro junto com Ezequiel Xenofonte Neto, filho do procurador do Dnit. Xenofonte Neto também é investigado pelo Ministério Público Estadual suspeito de destruir casas de moradores do Quilombo do Cedro.

Após investigação da Polícia Civil do Maranhão, Xenofonte Júnior foi indiciado pelos crimes de dano, ameaça, crime ambiental e exercício arbitrário das próprias razões, que é descrito pelo Código Penal como “fazer justiça com as próprias mãos”, ou seja, resolver conflitos sem utilizar ferramentas e instrumentos previstos em lei. Já Xenofonte Neto foi indiciado pelo crime de dano.

As investigações contra Xenofonte Júnior e Xenofonte Neto estão em andamento no Ministério Público do Maranhão. O promotor Ferreira Neto explica que há diligências programadas para a apuração dos crimes.

No processo que condenou o procurador, moradores afirmaram que Xenofonte Júnior teria desmatado áreas do quilombo, incluindo matas do quintal de suas casas. Eles relatam terem feito um corredor humano para impedir as máquinas de continuar a derrubada de árvores. No processo judicial, a Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão informou que o procurador não tinha licenças para o desmatamento.

Em outros boletins de ocorrência aos quais a Repórter Brasil teve acesso, outros moradores da comunidade acusam Xenofonte Júnior de utilizar o cargo público para cooptar policiais militares. Em novembro de 2019, a comunidade encaminhou denúncia à Ouvidoria de Segurança Pública do Maranhão afirmando que policiais estiveram no local com o procurador do Dnit. Na ocasião, eles teriam derrubado casas, ameaçado e atirado spray de pimenta em moradores.

Nilo de Jesus Pereira, liderança do Quilombo do Cedro, está, assim como Cariongo, no Programa de Proteção a Defensores e Defensoras de Direitos Humanos do Estado do Maranhão. O motivo é justamente as alegadas ameaças de Xenofonte Júnior. “Ele ignora a lei, ignora os direitos”, afirmou em entrevista à Repórter Brasil.

Pereira conta que os antigos moradores da fazenda Cedro conviviam com os quilombolas, sem conflitos. Segundo ele, após o falecimento desses proprietários, Xenofonte assumiu a propriedade e, por volta de 2005, os conflitos começaram.

Em outros boletins de ocorrência registrados pelos moradores do quilombo, o procurador é acusado de andar armado, ameaçar constantemente as famílias e matar a tiros e facadas os porcos da comunidade. Nos depoimentos que embasam o processo judicial que culminou na condenação por ameaça contra Cariongo, moradores relatam disparos de armas de fogo em seus quintais e animais cravejados de tiros no mato.

No seu cargo no Dnit, Xenofonte atuou em questões que impactam quilombolas como, por exemplo, a duplicação da BR 135, estrada que liga Minas Gerais ao Maranhão e impacta dezenas de comunidades quilombolas. Questionado sobre o conflito com a comunidade quilombola, o Dnit respondeu que “a situação informada trata de assunto particular do senhor Ezequiel Xenofonte Júnior e não tem relação com o processo de licenciamento em curso da duplicação da BR-135”. O órgão não respondeu aos demais questionamentos da reportagem sobre a condenação

Sobre a presença de policiais no Quilombo do Cedro, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou, em nota, que “procedimentos de investigação preliminar foram instaurados pela Corregedoria da Polícia Militar à época dos fatos, nos anos de 2019 e 2020. Contudo, as sindicâncias foram arquivadas, uma vez que nenhum dos denunciantes compareceu para prestar depoimento e também não houve apresentação de provas acerca dos fatos denunciados”.

Em boletins de ocorrência diferentes registrados pelo procurador do Dnit, Xenofonte Junior acusa moradores do quilombo de furtar madeiras e construir casas de alvenaria na área do conflito, o que estaria proibido pela Justiça enquanto a reintegração de posse não é concluída, já que o Incra e o MP estão tentando conciliação com o procurador.

Para o promotor Ferreira Neto, manter os quilombolas na comunidade é prioridade. “É uma comunidade grande, bem estabelecida. Não tenho dúvidas de que é centenária”.

Reintegração de posse

Em nota, o Incra informou que acompanha a situação e que em fevereiro a Diretoria de Territórios Quilombolas do Incra, a Diretoria de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários, as Defensorias Públicas Federal e do estado, e integrantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual estiveram na Comunidade Quilombola Cedro para “discutir estratégias visando a manutenção da comunidade no território”.

“A gente tem esperança. Eu entendi que a Justiça tinha que ser analisada desse lado: a gente nasceu aqui, a minha avó era descendente de escravos, chegamos aqui nessa terra era 1907. Todo mundo se criou aqui”, disse Pereira. “Eu nasci aqui e vou morrer aqui”.

MP apura funcionamento clandestino de fábricas de saneantes em Balsas

MPMA

O Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio das 1ª e 2ª Promotorias de Justiça da Comarca de Balsas, instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades sanitárias e ambientais envolvendo as empresas “Ki Limpa” e “Brilho Max”, suspeitas de atuarem como fábricas clandestinas de produtos saneantes no município.

A medida foi formalizada por meio da Portaria nº PORTARIA-1ªPJBAL – 52025, assinada  pelos promotores de justiça Dailma Maria de Melo Brito Fernández e Antonio Lisboa de Castro Viana Júnior. O procedimento tem como base denúncias recebidas no âmbito do SIMP 00792-274/2025, que indicam o suposto funcionamento irregular das empresas.

Segundo o MP, o objetivo da investigação é verificar as condições higiênico-sanitárias e o impacto ambiental gerado pelas atividades das fábricas, que podem estar operando sem as devidas autorizações legais, em desacordo com normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da legislação ambiental vigente.

O prazo inicial para conclusão do inquérito é de um ano, podendo ser prorrogado.

Semana Santa: mais de 860 detentos do semiaberto ganham saída temporária em São Luís

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A 1ª Vara de Execuções Penais da Comarca da Ilha de São Luís autorizou, por meio de duas portarias, a saída temporária de 863 apenados do regime semiaberto durante a Semana da Páscoa de 2025. As portarias foram encaminhadas à Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, com listas nominais dos internos beneficiados.

De acordo com os documentos, os apenados que preencham os requisitos legais previstos nos artigos 122 e 123 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) — e que não estejam presos por outros motivos — estão autorizados a sair das unidades prisionais a partir das 9h do dia 16 de abril (quarta-feira). O retorno deve ocorrer até as 18h do dia 22 de abril (terça-feira).

As listas anexas às portarias — uma principal e outra suplementar — foram elaboradas com base em decisões judiciais nos autos das execuções penais individuais. Os beneficiados com a medida devem cumprir determinações como informar o endereço da visita, não frequentar festas ou bares e permanecer recolhidos no período noturno.

Os diretores dos estabelecimentos prisionais da Grande Ilha deverão informar à Vara de Execuções Penais o retorno ou eventual não retorno dos internos até as 12h do dia 25 de abril.

A saída temporária é um direito previsto em lei, condicionado ao bom comportamento carcerário e ao cumprimento de parte da pena, com o objetivo de promover a reintegração social dos apenados.

PF indicia Bruno Henrique, do Flamengo, por fraude em jogo

Bruno Henrique

A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por fraude em competição esportiva. Além dele, outras 10 pessoas também foram indiciadas na última segunda-feira (14) pelo mesmo motivo.

O alerta foi feito após o jogador de 34 anos receber um cartão amarelo em partida contra o Santos, ainda pelo Brasileirão de 2023, em novembro daquele ano.

A PF teve acesso a uma troca de mensagem do jogador com o irmão, Wander, na qual falam sobre um a possibilidade de receber o cartão, que seria o terceiro de Bruno Henrique, o que geraria suspensão automática.

Bruno Henrique foi alvo de operação em novembro

O jogador do Flamengo foi alvo de uma operação da Polícia Federal em novembro do ano passado, depois que algumas casas de apostas fizeram um alerta sobre a quantidade de apostas relacionadas ao cartão recebido por Bruno Henrique.

Os agentes da Polícia Federal identificaram uma troca de mensagens entre o Bruno Henrique e o seu irmão Wander, justamente falando sobre a possibilidade de receber um cartão amarelo naquela partida.

O relatório aponta que há indícios de um esquema que envolve outras pessoas em fraudes esportivas. A investigação foi encaminhada para o Ministério Público do Distrito Federal, que decidirá pelo oferecimento da denúncia ou não.

Flamengo diz que não foi comunicado oficialmente

Em nota publicada pouco após a notícia do indiciamento, o Flamengo afirmou que “não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.”

“O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito.”

Justiça condena homem no MA por matar ex após não aceitar fim da relação

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Após sessão do Tribunal de Júri de São José de Ribamar, realizada em 11 de abril, o réu Sócrates Souza foi condenado a 20 anos de reclusão devido ao feminicídio contra Margareth Ribeiro da Cunha, ex-companheira dele. Ela havia terminado o relacionamento com o réu por não aceitar a violência de gênero, psicológica e patrimonial.

Em agosto de 2022, Sócrates atraiu Margareth para a casa onde ele morava e pediu que ela levasse um prato de comida. Quando a vítima entrou, o condenado trancou a porta e aplicou seis golpes de faca nela. Ele tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido a tempo pela polícia.

Defendeu a tese do Ministério Público o titular da 8ª Promotoria de Justiça da comarca, José Márcio Maia Alves. A sentença foi proferida pelo juiz Joscelmo Gomes.