Shopping dos Cosméticos é acusado pelo Gaesf de fraudar tributos estaduais e deve R$ 2,1 milhões

MPMA

O Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf), ofereceu Denúncia contra a empresa GF Comércio Ltda, conhecida como Shopping dos Cosméticos. A Denúncia foi recebida pela 7ª Vara Criminal de São Luís na última terça-feira, 26.

A Denúncia, protocolada em conjunto com a 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Tributária e Econômica de São Luís, aponta que a empresa deixou de repassar aos cofres públicos estaduais valores significativos de tributos devidamente arrecadados, prática que configura crime contra a ordem tributária. O montante não recolhido chega a R$ 2.178.777,86.

Além da reparação ao erário, o MPMA requereu a condenação ao pagamento de indenização por dano moral coletivo no mesmo valor, em razão do prejuízo social gerado à coletividade pela prática ilícita.

A Denúncia foi fundamentada nos arts. 1º, incisos I e II, e 2º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990, que tipifica os crimes contra a ordem tributária e econômica.

Segundo o Gaesf, práticas dessa natureza comprometem a arrecadação tributária e, por consequência, reduzem os investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação, infraestrutura e segurança pública.

“A sonegação fiscal prejudica toda a sociedade, pois diminui os recursos disponíveis para políticas públicas. A atuação firme do MPMA, por meio do Gaesf, busca garantir justiça fiscal e responsabilização daqueles que se beneficiam ilicitamente às custas do interesse coletivo”, destacou a coordenação do Grupo.

Supermercado de São Luís é condenado a indenizar consumidor que caiu em piso molhado

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O 2º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de São Luís condenou uma rede de supermercados da capital a pagar R$ 6 mil por danos morais a um consumidor que escorregou e caiu dentro de uma de suas lojas em 28 de abril deste ano.

O consumidor A.S.C. sofreu fortes dores na coluna ao tentar se equilibrar após pisar em um piso molhado. Ele solicitou que os funcionários chamassem o SAMU, mas apenas um transporte por aplicativo foi providenciado, obrigando-o a pedir ajuda à irmã para ir ao hospital.

Durante o processo, o supermercado alegou culpa exclusiva da vítima por não ter observado placas de sinalização, mas não conseguiu comprovar que o local estava devidamente sinalizado antes do acidente. A juíza destacou que, mesmo com contestação parcial, a empresa não apresentou imagens completas do videomonitoramento que poderiam demonstrar a sinalização.

O juiz Alessandro Bandeira Figueiredo ressaltou que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de serviços possui responsabilidade objetiva, ou seja, responde pelos danos causados independentemente de culpa. No caso, a negligência em manter o piso seguro expôs o consumidor a risco e situação constrangedora, configurando o dever de indenizar.

Bens da Operação Maat reforçam Segurança Pública do Maranhão

A Segurança Pública do Maranhão recebeu, nesta quinta-feira (28), da Promotoria de Justiça da Comarca de Cantanhede, dois veículos, itens eletrônicos e equipamentos de informática, além de recursos para construção de nova sede para a delegacia de Polícia Civil da cidade. A Prefeitura Municipal de Cantanhede, por outro lado, oficializou a cessão de terreno para que seja executada a obra.

A entrega foi marcada por uma solenidade no Auditório Municipal de Cantanhede com a presença do secretário da Segurança Pública, Maurício Martins, o procurador-geral de Justiça, Danilo de Castro, o titular da Promotoria de Justiça da Comarca de Cantanhede, Márcio Oliveira, o prefeito de Cantanhede, José Martinho Barros, entre outras autoridades municipais, e representantes das forças de segurança do Maranhão e do Poder Judiciário.

Durante o ato, Maurício Martins agradeceu as doações e destacou a importante parceria do Ministério Público do estado do Maranhão (MPMA) com a segurança pública. “Agradeço ao Ministério Público Estadual, em especial à Promotoria de Cantanhede, pela doação de bens às nossas forças de segurança. Este gesto reforça a importante parceria com a segurança pública e reafirma a confiança no trabalho firme das nossas polícias para oferecer mais proteção à população. Registro também o nosso agradecimento à Prefeitura de Cantanhede, que, ao ceder o terreno para a construção da nova delegacia da cidade, se soma a esse esforço coletivo em prol de mais segurança para a região”, disse.

Os objetos da doação foram apreendidos durante a Operação Maat, que mirou esquemas de empréstimos fraudulentos contra idosos e desvios de verbas públicas na região. Entre os dois carros doados, estão um Toyota, modelo Corolla e um BYD, modelo Dolphin, ambos destinados à Polícia Civil.

Entre os recursos doados pela Promotoria de Cantanhede à Segurança Pública está a quantia de R$ 70 mil visando a construção da nova sede da Delegacia de Polícia Civil da cidade. Este valor corresponde aos materiais para a edificação e é proveniente de acordos de não persecução civil ou penal.

O Ministério Público também doou equipamentos de informática, entre computadores, bebedouros, impressoras, hd’s, nobreaks, projetores e aparelhos de ar condicionado para a Delegacia de Pirapemas e Centro Tático Aéreo, este último tendo recebido o equivalente a R$ 30 mil em itens.

O procurador-geral de Justiça, Danilo de Castro, elencou que a destinação dos bens apreendidos simboliza a transformação de recursos ilícitos em benefícios concretos para a sociedade. “O nosso objetivo é trabalhar para que a justiça seja restauradora, ou seja, restaurando o que foi dilapidado. Mais ações boas virão em prol do povo de Cantanhede”.

Já o titular da Promotoria de Justiça da Comarca de Cantanhede, Márcio Oliveira, ressaltou que a entrega dos bens apreendidos durante a solenidade é uma forma de reconhecer o trabalho de quem garante a ordem e a paz no Maranhão. “Tudo isso é um reconhecimento do Ministério Público a grande relevância do trabalho do sistema de segurança pública”.

Para a construção da nova sede da delegacia de Cantanhede, a Prefeitura Municipal doou ao Estado um terreno de 600 metros quadrados na MA-332, no bairro Alto São Raimundo. O Município também garantiu mão de obra para que a construção se dê no período estipulado, conforme acordo de cooperação assinado entre os envolvidos. “Quem ganha com isso é povo”, destacou o prefeito de Cantanhede, José Martinho Barros.

Saiba mais

Em julho, a Segurança Pública do Maranhão também recebeu doações do MPMA, por meio da 36ª Promotoria de Justiça Criminal. Desta vez, também foram dois veículos apreendidos em processo criminal que tramita na Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados. Ele foram direcionados ao Núcleo de Operações com Cães e Superintendência Estadual de Repressão Narcotráfico.

PF resgata 80 trabalhadores em condições análogas à escravidão no MA

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Entre os dias 13/7 e 26/8, uma operação conjunta da Polícia Federal no Maranhão, Auditores-Fiscais do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e um representante do Ministério Público do Trabalho resultou no resgate de 80 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão nos municípios maranhenses de Magalhães de Almeida e Barreirinhas.

Na zona rural de Magalhães de Almeida, foram resgatados 76 trabalhadores que atuavam na extração da palha de carnaúba. Eles viviam em alojamentos precários, sem acesso a água potável, instalações sanitárias adequadas ou alimentação digna, em um cenário de grave violação aos direitos humanos e trabalhistas.

Já em Barreirinhas, a ação impediu que quatro pescadores embarcassem em uma jornada de até 15 dias em mar aberto, em condições insalubres e sem garantias mínimas de segurança, expondo-os a riscos físicos e psicológicos severos.

Todos os trabalhadores foram imediatamente afastados das atividades, e os responsáveis foram identificados e notificados a realizar o pagamento das verbas trabalhistas devidas, incluindo indenizações por danos morais. Na esfera penal, a Polícia Federal instaurará inquérito policial para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos.

PF investiga adolescente no MA por crime de incitação ao ódio e narrativas extremistas

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Uma adolescente de 16 anos foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (28), durante a terceira fase da Operação Leviatã, realizada pela Polícia Federal com apoio do Ministério Público do Estado do Maranhão. A ação tem como objetivo combater atos preparatórios de terrorismo, incitação ao genocídio e crimes de ódio em ambientes digitais.

A jovem foi identificada em comunicações com o principal investigado da primeira fase da operação, realizada em abril deste ano. Segundo a PF, as conversas analisadas revelam adesão a narrativas extremistas e uso de plataformas digitais para disseminação de conteúdo de risco, com foco em intolerância e incitação ao ódio.

Cana, maquininha, fintech: veja caminho usado pelo PCC para lavar dinheiro no MA e mais 9

O caminho do dinheiro do esquema bilionário comandado pelo grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis passava por toda a cadeia produtiva, começando no campo e indo até o coração do mercado financeiro em São Paulo. As informações foram reveladas durante a maior operação contra o crime organizado do Brasil, que ocorreu na quinta-feira (28).

Os investigadores apontam que a facção chegou a controlar 40 fundos de investimento, com patrimônio superior a R$ 30 bilhões, usados para lavar dinheiro, blindar patrimônio e financiar a compra de ativos estratégicos, como quatro usinas de álcool, 1.600 caminhões de transporte e mais de cem imóveis de alto valor.

Mais um réu condenado por feminicídio pelo Tribunal do Júri

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Em sessão do Tribunal do Júri de São José de Ribamar, realizada nesta quarta-feira, 27, o réu Antônio José Santos Silva foi condenado à pena de 14 anos e 3 meses de reclusão pelo assassinato de Maria Júlia Pestana Santos, ocorrido em 15 de junho de 2001.

No julgamento, o Ministério Público do Maranhão foi representado pelo promotor de justiça José Márcio Maia Alves, que defendeu a tese de feminicídio praticado por meio cruel.

No dia do crime, a vítima foi surpreendida pelo agressor em uma vereda próxima à estrada do Pau Deitado, onde lhe aplicou vários golpes na cabeça por instrumento contundente, que quebraram a primeira vértebra da sua coluna cervical e romperam-lhe os vasos da base do crânio. Ela ficou agonizando por vários minutos antes de morrer.

Conforme a denúncia, o réu praticava violência doméstica reiterada contra a vítima, que culminou com o feminicídio.

O júri foi presidido pelo juiz Mário Márcio de Almeida Sousa. Atuaram na defesa do réu os defensores públicos Marcelo de Miranda Taglialegna Miranda e João Henrique de Brito Marinho.

Receita inclui o MA em maior operação contra fraudes no setor de combustíveis

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Receita Federal e órgãos parceiros deflagraram, nesta quinta-feira, 28 de agosto, a “Operação Carbono Oculto”. Trata-se da maior operação contra o crime organizado da história do País em termos de cooperação institucional e amplitude.

O objetivo da ação é desmantelar esquema de fraudes e de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. Estão na mira da investigação vários elos da cadeia de combustíveis controlados pelo crime organizado, desde a importação, produção, distribuição e comercialização ao consumidor final até os elos finais de ocultação e blindagem do patrimônio, via fintechs e fundos de investimentos.

Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em cerca de 350 alvos – pessoas físicas e jurídicas – localizados em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) também ingressou com ações judiciais cíveis de bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos, incluindo imóveis e veículos, para a garantia do crédito tributário.

As investigações apontam que o sofisticado esquema engendrado pela organização criminosa, ao mesmo tempo que lavava o dinheiro proveniente do crime, obtinha elevados lucros na cadeia produtiva de combustíveis. O uso de centenas de empresas operacionais na fraude permitia dissimular os recursos de origem criminosa. A sonegação fiscal e a adulteração de produtos aumentavam os lucros e prejudicavam os consumidores e a sociedade.

Operações financeiras realizadas por meio de instituições de pagamento (fintechs), em vez de bancos tradicionais, dificultavam o rastreamento dos valores transacionados. Por fim, o lucro auferido e os recursos lavados do crime eram blindados em fundos de investimentos com diversas camadas de ocultação de forma a tentar impedir a identificação dos reais beneficiários.

Participam da operação cerca de 350 servidores da Receita Federal, além de servidores do Ministério Público de São Paulo (MPSP), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); Ministério Público Federal, por meio do Gaeco; Polícia Federal; Polícias Civil e Militar; Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz/SP); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); e Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP).

Fraudes

Importadoras atuavam como interpostas pessoas, adquirindo no exterior nafta, hidrocarbonetos e diesel com recursos de formuladoras e distribuidoras vinculadas à organização criminosa. Somente entre 2020 e 2024, foram importados mais de R$ 10 bilhões em combustíveis pelos investigados.

Por sua vez, formuladoras e distribuidoras, além de postos de combustíveis também vinculados à organização, sonegavam reiteradamente tributos em suas operações de venda. A Receita Federal já constituiu créditos tributários federais de um total de mais de R$ 8,67 bilhões em pessoas e empresas integrantes do esquema.

Outra fraude detectada envolvia a adulteração de combustíveis. O metanol, importado supostamente para outros fins, era desviado para uso na fabricação de gasolina adulterada, com sérios prejuízos para os consumidores.

Lavagem de dinheiro

As formuladoras, as distribuidoras e os postos de combustíveis também eram usados para lavar dinheiro de origem ilícita. Há indícios de que as lojas de conveniência e as administradoras desses postos, além de padarias, também participavam do esquema.

Auditores-fiscais da Receita Federal identificaram irregularidades em mais de 1.000 postos de combustíveis distribuídos em 10 estados (SP, BA, GO, PR, RS, MG, MA, PI, RJ e TO).  A maioria desses postos tinha o papel de receber dinheiro em espécie ou via maquininhas de cartão e transitar recursos do crime para a organização criminosa por meio de suas contas bancárias no esquema de lavagem de dinheiro. Entre 2020 e 2024, a movimentação financeira desses postos foi de R$ 52 bilhões, com recolhimento de tributos muito baixo e incompatível com suas atividades. Os postos já foram autuados pela Receita Federal em mais de R$ 891 milhões.

No entanto, cerca de 140 postos eram usados de outra forma. Eles não tiveram qualquer movimentação entre 2020 e 2024, mas, mesmo assim, foram destinatários de mais de R$ 2 bilhões em notas fiscais de combustíveis. Possivelmente, essas aquisições simuladas serviram para ocultar o trânsito de valores ilícitos depositados nas distribuidoras vinculadas à organização criminosa.

Ocultação

Os valores eram inseridos no sistema financeiro por meio de fintechs, empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros digitais. A Receita Federal identificou que uma fintech de pagamento atuava como “banco paralelo” da organização criminosa, tendo movimentado mais de R$ 46 bilhões de 2020 a 2024. As mesmas pessoas controlavam outras instituições de pagamento menores, usadas para criar uma dupla camada de ocultação. A fintech também recebia diretamente valores em espécie. Entre 2022 e 2023, foram efetuados mais de 10,9 mil depósitos em espécie, totalizando mais de R$ 61 milhões. Este é um procedimento completamente estranho à natureza de uma instituição de pagamento, que opera apenas dinheiro escritural.

A utilização de fintechs pelo crime organizado objetiva aproveitar brechas na regulação desse tipo de instituição. Essas brechas impedem o rastreamento do fluxo dos recursos e a identificação, pelos órgãos de controle e de fiscalização, dos valores movimentados por cada um dos clientes da fintech de forma isolada.

Uma dessas brechas é a utilização da “conta-bolsão”, uma conta aberta em nome da própria fintech em um banco comercial por onde transitam de forma não segregada recursos de todos os seus clientes. Era dessa forma que as operações de compensação financeira entre as distribuidoras e os postos de combustíveis eram realizadas, assim como compensações financeiras entre as empresas e os fundos de investimentos administrados pela própria organização criminosa. A fintech era usada ainda para efetuar pagamentos de colaboradores e de gastos e investimentos pessoais dos principais operadores do esquema.

Outra brecha é a não obrigatoriedade de prestação de informações à Receita Federal sobre as operações financeiras dos clientes por meio da e-Financeira. Em 2024, a Receita Federal promoveu alterações normativas referentes à e-Financeira visando dar maior transparência e diminuir a opacidade das instituições de pagamento, alterações essas revogadas no início de 2025 após onda de fake news sobre o tema.

Portanto, a fintech era um poderoso núcleo financeiro da organização criminosa, porém invisível para ações de controle e fiscalização.

Blindagem

O dinheiro de origem ilícita era reinvestido em negócios, propriedades e outros investimentos através de fundos de investimentos que recebiam recursos da fintech, dificultando sua rastreabilidade e dando a ele uma aparência de legalidade.

A Receita Federal já identificou ao menos 40 fundos de investimentos (multimercado e imobiliários), com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pela organização criminosa. Em sua maioria, são fundos fechados com um único cotista, geralmente outro fundo de investimento, criando camadas de ocultação. Entre os bens adquiridos por esses fundos estão um terminal portuário, quatro usinas produtoras de álcool (mais duas usinas em parceria ou em processo de aquisição), 1.600 caminhões para transporte de combustíveis e mais de 100 imóveis, dentre os quais seis fazendas no interior do estado de São Paulo, avaliadas em R$ 31 milhões, e uma residência em Trancoso/BA, adquirida por R$ 13 milhões.

Os indícios apontam que esses fundos são utilizados como um mercado de ocultação e blindagem patrimonial e sugerem que as administradoras dos fundos estavam cientes e contribuíram para o esquema, inclusive não cumprindo obrigações com a Receita Federal, de forma que sua movimentação e a de seus cotistas fossem ocultadas da fiscalização.

Nome da operação

O nome “Carbono Oculto” foi escolhido para traduzir de maneira metafórica a ideia de dinheiro escondido dentro da cadeia do combustível, em alusão tanto ao elemento químico presente na gasolina/diesel quanto ao ato de esconder recursos ilícitos nas instituições de pagamento e nos fundos de investimentos.

Coletiva de Imprensa

Será concedida entrevista coletiva sobre a Operação Carbono Oculto nesta quinta-feira, 28 de agosto, às 11h, no edifício sede do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Justiça de Imperatriz doa veículos apreendidos de quadrilha de sequestradores

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Por decisão da Justiça e a pedido do Ministério Público, uma vítima do crime de sequestro e extorsão recebeu um veículo BMW apreendido com uma quadrilha de criminosos, como reparação dos danos materiais e morais sofridos. O crime ocorreu na cidade de Imperatriz, na Região Tocantina, sul do Estado do Maranhão.

A sentença, da juíza  Ana Lucrécia Bezerra Sodré, titular da 2.ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Imperatriz, determinou também a doação de outro veículo, uma Toyota Hilux, e dois computadores portáteis apreendidos para o Instituto de Criminalística (ICRIM) da cidade.

Na mesma decisão, a juíza ordenou à Diretoria de Segurança Institucional e Gabinete Militar (DSIGM) do Tribunal de Justiça do Maranhão enviar a arma de fogo e a munição ao comando do Exército para fins de destruição, conforme o Estatuto do  Desarmamento.

DENÚNCIA DE SEQUESTRO E EXTORSÃO

Conforme a denúncia do Ministério Público, cinco homens (Carlos Adrew Ferreira Lima,  Carlos Eduardo Silva Ramos,  João Pedro Soares da Silva Santos, João Victor da Costa Santos e Marcos dos Santos Souza) teriam praticado os crimes de extorsão mediante sequestro e associação criminosa armada, com a participação de um menor de idade. Membros do bando surpreenderam a vítima J. S. B na saída de um bar, a trancaram em um porta-malas de um veículo e a obrigaram a consumir drogas e transferir dinheiro para o bando.

Por meio do celular da vítima, os bandidos fizeram empréstimo e transferências para as contas de outro homem, Leo Carlos da Silva Ramos e duas mulheres: Alynne Lemes Santos, que trabalhava como domésticos na casa do pai dos acusados Carlos Eduardo, Carlos Adrew e Leo Carlos (irmãos) e Selma Serra Moura, mulher de João Pedro, que estava preso e ordenou os saques na conta da vítima.

Na sequência, o bando exigiu do patrão e do irmão da vítima, mais R$ 10 mil para pagar o resgate, enviando vídeos da vítima em um matagal, com as mãos amarradas e sob a mira de armas de fogo. As movimentações bancárias resultaram no montante  de R$ 10.887,78. Ao final, os criminosos liberaram a vítima, na noite do dia seguinte aos crimes.

CONDENAÇÕES E ABSOLVIÇÕES

No julgamento da ação penal, a juíza Ana Lucrécia Sodré acolheu parte dos pedidos feitos pelo Ministério Público na denúncia e condenou os acusados Carlos Adrew Ferreira Lima, Carlos Eduardo Silva Ramos, João Pedro Soares da Silva Santos, João Victor da Costa Santos e Marcos dos Santos Souza.

Carlos Adrew Ferreira Lima  foi condenado a cumprir pena de 14 anos, cinco meses e 15 dias de reclusão. Carlos Eduardo Silva Ramos deverá cumprir 13 anos, dois meses e 17 dias de reclusão. João Pedro Soares da Silva Santos, 16 anos, 10 meses e 12 dias de reclusão. João Victor da Costa Santos, 13 anos, cinco meses e 15 dias  de reclusão e Marcos dos Santos Souza, 13 anos, dois meses e 17 dias.

Quatro dos condenados devem cumprir pena em regime fechado,  no local estabelecido pela 3.ª Vara das Execuções Penais da Comarca da Ilha de São Luís.  Por estar solto em relação a este processo desde o início da apuração dos crimes, a juíza concedeu a João Pedro Soares da Silva Santos o direito de recorrer da pena em liberdade.

PRISÃO EM REGIME FECHADO

Após a condenação, a juíza decretou a prisão imediata de Carlos Adrew Ferreira Lima, Carlos Eduardo Silva Ramos, João Victor da Costa Santos e Marcos dos Santos Souza.

De outro lado, a juíza absolveu Alynne Lemes Santos e Leo Carlos da Silva Ramos de todos os crimes descritos na denúncia, por não ter ficado provado sua culpa em sua participação como receptadores das transferências, no crime ou em face da insuficiência de provas para sua condenação.

Alynne Lemes Santos teve sua prisão domiciliar com monitoramento eletrônico cancelada, e recebeu Alvará de Soltura, diante da sua absolvição nos crimes descritos na denúncia. A juíza também revogou as medidas cautelares impostas ao acusado Leo Carlos da Silva Ramos, pelo mesmo motivo.

Jovem é preso suspeito de ordenar incêndio a apartamento de PM em São Luís

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Policiais militares prenderam, nesta quarta-feira, 26, um indivíduo que seria um dos principais líderes da facção criminosa Bonde dos 40 (B40), suspeito de ser o mandante do incêndio criminoso que atingiu o apartamento de um PM no Residencial Ipês, na região da Forquilha, em São Luís. A ação foi realizada por equipes das Agências de Inteligência das áreas Leste e Oeste, com apoio da C-7/DIAE, cumprindo mandado de prisão.

O atentado ocorreu durante a madrugada de hoje, quando criminosos quebraram a janela de um dos quartos e arremessaram um artefato incendiário dentro do imóvel. O fogo se espalhou rapidamente, atingindo vários cômodos e deixando o apartamento parcialmente destruído.

No momento do ataque, o policial não estava em casa, mas sua esposa e filho dormiam em outro quarto. Apesar do risco, ambos conseguiram escapar sem ferimentos.

De acordo com informações repassadas pela PM, a motivação do crime estaria relacionada à resistência do militar contra a atuação do tráfico de drogas em frente ao condomínio. O policial já havia recebido ameaças e, dias antes, sua motocicleta havia sido alvo de disparos de arma de fogo.

O preso, identificado como Luís Bacelar Nogueira foi conduzido ao sistema penitenciário, onde ficará à disposição da Justiça.

As investigações seguem sob a responsabilidade da Polícia Civil, que busca identificar os demais envolvidos na ação contra o PM.