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O Maranhão enfrenta uma investigação sobre uma doença misteriosa que tem matado dezenas de aves marinhas nas últimas semanas. As primeiras ocorrências foram registradas em Tutoia, no dia 25 de fevereiro, quando um caso assintomático foi identificado. Nas semanas seguintes, cerca de 100 aves marinhas foram encontradas mortas, apresentando sintomas neurológicos, como incoordenação motora e dificuldades respiratórias.
As aves envolvidas pertencem a espécies como Trinta-reis-grande, Maçarico rasteirinho, Maçarico branco e Gaivota da cabeça cinzenta, que costumam habitar a região costeira do estado. Os primeiros sinais da doença lembram os sintomas da Influenza aviária (H5N1), conhecida popularmente como gripe aviária, que pode ser transmitida para humanos. No entanto, até o momento, nenhum caso humano foi confirmado.
O Instituto Amares, responsável pela pesquisa, reforça a necessidade de precauções. Nathali Ristau, coordenadora de pesquisa do Instituto, destaca que, embora os casos em humanos tenham sido raros e com sintomas leves, o contato com aves infectadas e seus excrementos deve ser evitado. “Assim como no caso da COVID-19, o vírus pode sofrer mutações ao passar de uma espécie para outra, o que pode aumentar a transmissibilidade e a gravidade da doença”, afirmou Ristau.
As investigações iniciais realizadas pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) enviaram amostras ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) para análise. Os resultados dos testes de PCR para gripe aviária foram negativos, mas as investigações seguem, com a possibilidade de que as mortes sejam relacionadas à febre do Nilo, uma doença transmitida por mosquitos que picam aves infectadas.
Até o momento, as autoridades não confirmaram casos de febre do Nilo, mas alertam a população para a importância de evitar qualquer contato com aves doentes ou mortas. A Aged e o Instituto Amares orientam que, caso a população encontre aves nessas condições, deve-se:
- Não tocar nos animais ou objetos que possam ter tido contato com eles.
- Não tentar resgatar, alimentar ou levar aves doentes para casa.
- Evitar que outros animais entrem em contato com as aves mortas ou doentes.
- Comunicar imediatamente o caso ao serviço veterinário oficial do estado.