Justiça de Lago da Pedra condena escola por discriminar estudantes com autismo

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O “Instituto Educacional Deputado Waldir Filho”, em Lago da Pedra, foi condenado a pagar indenização por danos morais, no valor de R$ 20 mil – com correção monetária e juros -, a um pai que teve descontos em mensalidades cancelados, após diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista (TEA) de três estudantes matriculadas na escola.

A sentença, do juiz Guilherme Amorim Soares, titular da 2ª Vara de Lago da Pedra, também determinou que a escola restabeleça os descontos e as matrículas antes concedidos aos menores, sob pena de multa-diária de R$ 500,00.

A “Ação de Reparação de Danos Morais” foi ajuizada pelo pai contra a escola, pedindo a reparação de danos decorrentes de discriminação e suspensão de descontos oferecidos no contrato de prestação de serviços educacionais.

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O pai alegou que as duas crianças e um adolescente, diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista, foram vítimas de discriminação por parte da instituição educacional, que cancelou descontos já concedidos, além de outros empecilhos administrativos.

O pai relatou que, em novembro de 2016, uma criança recebeu desconto em suas mensalidades de 50% da prestação mensal e as outras duas, de 30%. Contudo, em 2020, as três crianças foram diagnosticadas com autismo. Em 2021, o pai foi à escola rematricular seus filhos, mas foi informado que não havia mais vagas. No entanto,  informou, as salas onde iriam estudar possuíam apenas 25 alunos (Infantil IV), 26 alunos (1º ano) e 22 alunos (2º ano).

A escola alegou que o cancelamento dos descontos decorreu de mudanças administrativas e financeiras legítimas, afirmando, ainda, que a instituição” sempre foi inclusiva” e não discriminou os menores.

DIREITOS FUNDAMENTAIS

Na análise do caso, o juiz constatou que a conduta da escola coincidiu com o período do diagnóstico de TEA e o Instituto não produziu prova acerca dos eventuais critérios objetivos de distinção utilizados para negar a matrícula, o que indica que o único critério foi o fato de as crianças terem sido diagnosticadas com autismo.

Com base na Constituição Federal, o juiz declarou que “a revogação dos descontos na mensalidade dos autores, em virtude de haverem sido diagnosticados com TEA ensejou, a um só tempo, a violação aos direitos fundamentais à honra, imagem, saúde e educação dos ofendidos, vulnerando-lhes, em última análise a dignidade humana e a proteção integral”.

O juiz julgou que usar suposto poder de decisão para mascarar discriminação na prestação de serviços educacionais é uma violação clara os princípios constitucionais de igualdade de acesso/permanência na escola, de liberdade de aprender e de pluralismo de concepções pedagógicas, bem como contraria a garantia fundamental de atendimento especializado às pessoas com deficiência.

Suspeito de estuprar e engravidar enteada com autismo é preso no MA

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A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) prendeu, nesta sexta-feira, 7, um homem suspeito de estuprar a própria enteada, uma jovem, de 23 anos, com autismo em grau severo, na cidade de Imperatriz.

 

O crime foi descoberto pela mãe da vítima, que a levou para atendimento médico após perceber a ausência de menstruação.

De acordo com a delegada Lorena Alves, titular da Delegacia Especial da Mulher (DEM) de Imperatriz, a jovem, que não se comunica verbalmente e depende integralmente da mãe para cuidados diários, encontrava-se em estado de extrema vulnerabilidade.

Durante o depoimento na delegacia, a mãe precisou interromper a narrativa para trocar a fralda da filha, evidenciando a dependência da vítima.

A mãe da vítima decidiu levá-la a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após notar a ausência de menstruação.

Antes da consulta, questionou o companheiro sobre a situação, que negou qualquer envolvimento, mas demonstrou preocupação e sugeriu que a falta de menstruação poderia ser decorrente de anemia.

No entanto, durante a avaliação médica, foi constatada a gravidez da jovem, já em estágio avançado, com cerca de 20 semanas.

O caso foi encaminhado para o Hospital Materno Infantil e denunciado à DEM de Imperatriz.

A investigação descartou a possibilidade de outros envolvidos, já que a vítima não tinha contato social e não recebia visitas, segundo a mãe.

A Polícia Civil solicitou a prisão do suspeito, mas a Justiça inicialmente indeferiu o pedido, determinando apenas seu afastamento do lar.

O homem descumpriu a decisão e foi preso, mas acabou solto após audiência de custódia.

Uma nova representação foi feita, a prisão preventiva foi decretada, e ele foi capturado enquanto trabalhava em um serviço de recapeamento de ruas.

O inquérito conta com laudos periciais que confirmam a conjunção carnal. A investigação aguarda o resultado de exames complementares, como a coleta de DNA do feto, para comparação com o material genético do suspeito e inclusão no processo criminal.

Portal O Informante 

Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo é celebrado nesta terça

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O autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo, informa a Organização Mundial de Saúde (OMS) no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, comemorado nesta terça-feira (2). A data foi criada em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas afetadas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.

“O autismo hoje é compreendido como espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem várias manifestações diferentes do autismo. E essas manifestações ocorrem também com sinais mais ou menos evidentes em algumas pessoas”, afirma o neuropsicólogo Mayck Hartwig.

O TEA pode se manifestar em três níveis, que são definidos pelo grau de suporte que a pessoa necessita: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).

Coautora do livro Mentes Únicas e especialista em Distúrbios do Desenvolvimento, Luciana Brites afirma que o 2 de abril é importante para informar a população sobre o autismo.

“É um transtorno que tem impacto muito grande porque afeta principalmente a cognição social, os pilares da linguagem. Esse espectro tem diversas nuances que compõem o quadro. E é um quadro heterogêneo. De um lado você tem autistas com altas habilidades e outros com deficiência intelectual. Alguns com hiperatividade e outros mais calmos”, afirma Luciana.

Segundo ela, é importante ter um diagnóstico precoce, já que os primeiros sinais do TEA podem aparecer no segundo ano de vida.

“Quando conseguimos fazer a detecção antes dos três anos, a gente consegue, muitas vezes, mudar a realidade dessa criança, desse adolescente, desse adulto. As políticas públicas de educação e saúde precisam ser muito bem sustentadas para que se possa consiga avançar no desenvolvimento dessas crianças, que vão virar adolescentes e adultos”.

No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho.

Além disso, a política nacional considera o autista pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020, outra legislação, a Lei Romeo Mion, cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que pode ser emitida gratuitamente por estados e municípios.

A Ciptea é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.

A pessoa com TEA tem direito a receber um salário mínimo (R$ 1.412) por mês, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso seja incapaz de se manter sozinha e a renda per capita da família for inferior a um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 353.

Pais querem colocar filha com autismo para adoção: “Não a amamos”

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Uma mulher não identificada compartilhou na internet uma angústia vivida por sua família. Em relato publicado no Reddit (veja aqui), a usuária afirmou que ela e o marido estão pensando em colocar a filha de oito anos com transtorno do espectro autista para adoção por conta dos comportamentos da criança.

A mulher e o marido estão casados há 7 anos​. Ela estava grávida antes de estreitar os laços com o rapaz. Quando a bebê nasceu, os pais perceberam que a criança era mais reservada até descobrirem que ela tinha autismo severo, além de um transtorno de personalidade evitativa, o que a afasta de qualquer tipo de contato.

“Ela também tem extrema ansiedade de separação, pode machucar seus colegas sem motivo e, em geral, é uma pessoa muito difícil de se conviver”, relatou a mulher. Por esses motivos, o casamento do casal está um fracasso porque, segundo a usuária, a filha odeia que eles passem algum tempo juntos como casal.

“Ela não é ninguém para mim”

No final da publicação, a mulher disse que tem procurado casas de adoção para conseguir ter sua vida de volta. “Eu choro todas as noites no banheiro. Meu marido sabe que estou deprimida. É impossível cuidar dela, criá-la e amá-la. Sinto-me uma péssima mãe porque sinto que ela é a pessoa mais cruel que já conheci”.

Ela, então, finalizou: “Eu não estou tentando fazer dela o problema de ninguém, só estou esperando que ninguém nunca tenha que fazer dela o problema deles. Todo mundo vai querer me matar por isso, mas eu realmente não quero nenhum relacionamento com minha filha. Não estou ‘lutando’ por essa menininha, porque absolutamente não quero. Ela não é ninguém para mim”.

MPMA participa de visita de crianças com autismo ao Centro Cultural

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A corregedora-geral do Ministério Público do Maranhão, Themis Maria Pacheco de Carvalho, acompanhou, na manhã desta quarta-feira, 18, uma visita de crianças que estão no espectro autista ao Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão.

Também acompanharam a visita os coordenadores dos centros de apoio operacional de Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural, Luis Fernando Cabral Barreto Junior, e do Idoso e da Pessoa com Deficiência, Alenilton Santos.

A visita faz parte do projeto Crianças autistas conhecem artistas, realizado pelos dois Centros de Apoio Operacional do MPMA, que tem como objetivo dar oportunidade para que crianças com autismo, TDAH ou deficiência intelectual possam conhecer arte e cultura em espaços externos ao ambiente escolar.

A iniciativa do MPMA conta com a parceria da Secretaria Municipal de Educação por meio do Projetea, que reúne ações colaborativas em benefício de estudantes que estão no espectro autista.

Na visita desta quarta-feira, cinco crianças, acompanhadas dos responsáveis, puderam conhecer os espaços do Centro Cultural e do Memorial do Ministério Público do Maranhão. Também acompanharam a visita a equipe técnica do colégio Alberto Pinheiro e da Semed.

Revoltante: veja vídeo de criança autista amarrada durante aula por “mau comportamento”

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Goiânia – Um menino autista de apenas 3 anos foi amarrado a uma cadeira, em uma escola no município de Posse, no nordeste goiano. O caso foi descoberto pela própria família da criança, que tem acesso à câmera de segurança localizada dentro da sala de aula, e denunciado à Polícia Civil.

Pelas imagens, os pais viram a criança se arrastando no chão, com uma cadeira “colada” ao corpo.

Veja:

Criança autista mudou comportamento

À polícia a família do menino relatou que, após o episódio, ele apresentou mudança de comportamento. Conforme denúncia dos familiares, ele ficou estranho, não queria ir à escola. Por esse motivo, os pais decidiram verificar as imagens de segurança.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Humberto Soares, a diretora da unidade de educação contou que a criança foi mesmo amarrada, como uma tentativa de acalmá-la.

“A diretora disse para a mãe que efetivamente amarrou a criança, porque ela não estava se comportando bem e estava dando problema para se controlar na sala de aula”, disse o delegado ao portal G1.