Salário mínimo será de R$ 1.518 em 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nessa segunda-feira (30) o decreto que reajusta o salário mínimo. O valor passará a ser de R$ 1.518 a partir de janeiro de 2025, variação de R$ 106 (7,5%) em relação ao atual, de R$ 1.412. O texto será publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, 31 de dezembro.

“O que podemos garantir é que enquanto formos governo nesse país, os trabalhadores vão receber um salário mínimo além daquilo que é a inflação. É um compromisso nosso, um compromisso histórico, uma prática que já deu certo durante tantos anos e a gente vai continuar fazendo. Eu acho que precisamos cuidar com muito carinho, porque é, na minha opinião, a melhor forma de distribuição de renda que a gente pode ter no Brasil. E a gente vai continuar tentando melhorar a cada ano. Portanto, continuem sonhando e vamos tentar continuar realizando o sonho de vocês”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de assinatura do decreto.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a valorização permanente do salário mínimo é importante no processo de distribuição de renda. “Essa é mais uma demonstração de um processo permanente de distribuição de renda, do crescimento do poder aquisitivo dos menores salários. E, somado com todas as políticas sociais, o salário mínimo é a principal ferramenta de distribuição de renda”, comentou.

O novo valor teve por base a variação de 4,84% referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o aumento real de 2,5%, correspondente ao limite máximo de crescimento real das despesas primárias, conforme o Novo Arcabouço Fiscal e o disposto na Lei nº 15.077, de 27 de dezembro de 2024.

Morre o ator Ney Latorraca

Ney Latorraca morreu aos 80 anos

Na manhã desta quinta-feira (26), morreu o ator Ney Latorraca, 80 anos, em decorrência de uma sepse pulmonar, consequência do agravamento de um câncer de próstata. O artista lutava contra a doença desde 2019. Estava internado, desde o último dia 20, na Clínica São Vicente da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro.

Ney chegou a ser operado para a remoção da próstata, assim que recebeu o diagnóstico, e seguiu sem sinais da doença até agosto deste ano, quando o câncer voltou em metástase. O artista chegou a iniciar um tratamento, mas não obteve sucesso.

Câmara dos Deputados aprova castração química para pedófilos

A Câmara dos Deputados aprovou hoje (12) a castração química de pedófilos. Foram 367 votos favoráveis, 85 contrários e 14 abstenções. A proposta foi inserida durante a votação de um que projeto que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para estabelecer o cadastro nacional de pedófilos. O texto segue agora para o Senado.

Pelo projeto, o cadastro permitirá a disponibilização de dados dos condenados com trânsito em julgado por crimes relacionados a abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Caberá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a centralização das informações em uma plataforma com os dados de qualificação do condenado, inclusive fotografia.

Em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia sancionado uma lei com o mesmo teor. A Lei 15.035/2024 inclui no Código Penal autorização para a realização de busca pública pelo nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de condenados pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável, exploração sexual de crianças e adolescentes e exploração da prostituição, além da conduta de filmar e divulgar vídeos íntimos de terceiros sem autorização.

Jabuti

Inicialmente, a proposta de castração química foi apresentada como uma emenda de plenário. A relatora do projeto, Delegada Katarina (PSD-SE), rejeitou a proposição por ferir o acordo de líderes para a votação do texto principal.

“Em virtude do acordo político construído em Plenário, para que o texto principal seja aprovado, rejeitamos a emenda”, justificou.

Com a rejeição, foi apresentado um destaque pelo PL, para votar a castração química. A inclusão foi criticada em plenário. A deputada delegada Adriana Accorsi (PT-GO) reiterou que o destaque não fazia parte do acordado pelos líderes partidários. “Essa votação está desrespeitando a minha colega, Delegada Katarina, que colocou aqui que essa emenda não fazia parte dos projetos de lei acordados pelos líderes”, apontou.

Debate

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) disse que a castração química não vai contribuir para a proteção de crianças e adolescentes, uma vez que os pedófilos podem utilizar de outros meios, inclusive virtuais para praticar violência sexual, contra crianças e adolescentes.

“O estupro hoje se dá de diversas maneiras. Há estupro até virtual. Portanto, resolver a questão peniana, como alguns dizem aqui, não resolve a cabeça do estuprador ou a sua capacidade de ferir uma criança. Quando, no entanto, uma criança é estuprada e fica grávida do estuprador, a maioria deles defende que a criança seja obrigada a ser mãe”, disse a deputada se referindo à tentativa de parlamentares de votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/2012, que proíbe o aborto legal no Brasil.

A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) também ocupou a tribuna para criticar a medida, classificando como farsa. Talíria, que é mãe de uma menina de quatro anos, disse que a iniciativa é hipócrita e visa promover populismo penal.

“Essa matéria é uma farsa”, disse. “A política pública precisa resolver concretamente o problema da violência sexual contra crianças que é uma epidemia, um drama no Brasil. Isso passa primeiro por prevenção. Primeiro eu tenho que impedir que as meninas e crianças sejam estupradas, com educação sexual nas escolas, prevenção, campanhas e, depois, a responsabilização do agressor. O estupro, a violência sexual tem relação com o poder e não adianta castrar um homem porque ele vai seguir sendo um agressor, violentando essas crianças de outra forma. O que está acontecendo aqui é uma farsa”, criticou a deputada.

O deputado Sanderson (PL-RS) defendeu a iniciativa, com o argumento de que a castração é adotada em outros países, como os Estados Unidos, Rússia, Polônia, Israel, Indonésia, entre outros.

“Esse é um projeto importante. É uma medida menos gravosa, porque o ideal era a pena de morte para pedófilo. O código penal, inclusive, não traz ainda o tipo penal de pedofilia. Usamos o estupro de vulnerável, que a pena é de oito anos”, disse. “A castração química dará o resultado positivo, acabando com essa febre de pedofilia”, discursou.

Atualmente, não há um dispositivo específico para pedofilia no Código Penal. Pelo texto aprovado, a castração química será aplicada cumulativamente às penas já previstas para os crimes de violência e exploração sexual previstas tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) quanto no Código Penal.

Segundo o destaque aprovado, a medida será realizada mediante o uso de medicamentos inibidores da libido, nos termos regulamentados pelo Ministério da Saúde, observando-se as contraindicações médicas.(Agência Brasil)

CPI das Bets convoca Gusttavo Lima e Felipe Neto sobre apostas online

Cantor Gusttavo Lima

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets aprovou, nesta terça-feira (26), a convocação do cantor Gusttavo Lima e o convite ao influenciador Felipe Neto para que expliquem suas relações com empresas de apostas esportivas online. Lima, convocado, deverá comparecer obrigatoriamente, enquanto Neto pode decidir se participa ou não.

A CPI investiga o impacto das apostas no orçamento das famílias brasileiras, a possível ligação com organizações criminosas e o uso de influenciadores na promoção dessas práticas. Gusttavo Lima é investigado devido à compra de 25% de uma casa de apostas e seu envolvimento em um caso de lavagem de dinheiro. Felipe Neto será ouvido sobre a promoção de apostas em sua carreira.

Além disso, a CPI convocou especialistas e autoridades para colaborar nas investigações, incluindo representantes de empresas de apostas e órgãos reguladores.

PF indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno, Ramagem, Valdemar e mais 32 por tentativa de golpe

Ex-presidente Jair Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito que investigava a tentativa de golpe de Estado no Brasil, indiciando 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros de seu governo. Os indiciados são suspeitos de envolvimento nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A conclusão do inquérito revela a atuação de uma organização criminosa coordenada que tentou, de forma articulada, manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

Entre os indiciados, além de Bolsonaro, estão o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno; o policial federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin); e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, partido de Bolsonaro.

A investigação, que teve início no ano passado, foi concluída poucos dias após a prisão de quatro militares e um policial federal envolvidos em uma tentativa de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Os crimes pelos quais os indiciados respondem podem resultar em penas severas, refletindo a gravidade das acusações.

 

PF prende militares acusados de planejar sequestro e morte de Lula, Alckmin e Moraes

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**Polícia Federal prende militares do Exército por plano de golpe contra Lula e lideranças do STF**

Em uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal prendeu cinco pessoas, incluindo quatro militares do Exército, por envolvimento em uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado em 2022. O grupo pretendia impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de anular decisões do Poder Judiciário.

Batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, o plano incluía ações extremas como o sequestro e assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação revelou que o golpe estava previsto para 15 de dezembro de 2022, duas semanas antes da posse presidencial.

Os militares detidos fazem parte das forças especiais do Exército conhecidas como “kids pretos” e foram capturados no Rio de Janeiro, durante a missão de segurança da cúpula do G20. Entre os presos estão o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. Outro alvo da operação é o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL) e atualmente assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.

Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Goiás, Amazonas e no Distrito Federal. Entre as medidas cautelares impostas estão a proibição de contato entre os investigados, a entrega de passaportes em 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas.

A operação revela a existência de um plano articulado que colocava em risco a estabilidade democrática do país, reforçando a importância da atuação das forças de segurança no combate a ameaças às instituições republicanas.

Explosões em frente ao STF deixam um morto e mobilizam equipes de segurança em Brasília

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Na noite desta quarta-feira (13), duas explosões em sequência abalaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). As explosões, com um intervalo de 20 segundos, ocorreram no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados, segundo testemunhas e seguranças locais.

Equipes do Corpo de Bombeiros e militares especializados em desarmamento de explosivos foram mobilizadas imediatamente, e a área foi isolada. Os relatos apontam para um estrondo significativo, descrito como “muito forte”, ouvido até mesmo dentro da Câmara dos Deputados.

Infelizmente, uma pessoa morreu no local; o corpo permanece na calçada próximo à área afetada. Ainda não há informações oficiais sobre a causa das explosões, e as autoridades trabalham para entender o que motivou o incidente.

Por medida de segurança, pessoas que estavam no térreo do STF foram retiradas do prédio. A movimentação gerou grande apreensão entre funcionários e transeuntes, enquanto as forças de segurança seguem em alerta para identificar a natureza das explosões.

Julgamento de caso Marielle é retomado na manhã desta quinta-feira (31)

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O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, será retomado às 8h desta quinta-feira (31), no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. O julgamento foi iniciado nessa quarta-feira (30), com os depoimentos de nove testemunhas e dos dois réus.

O crime foi cometido em 14 de março de 2018. Nesse dia, Marielle participou de um compromisso na Casa das Pretas, na Lapa, centro da cidade. Quando o encontro terminou, a vereadora saiu com a assessora Fernanda Chaves, em carro dirigido pelo motorista Anderson. Quando passavam pelo bairro do Estácio, na Zona Norte, foram atingidos por treze disparos. Apenas Fernanda sobreviveu.

Rio de Janeiro (RJ), 30/10/2024 – A ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle Franco, Anielle Franco durante ato que pede Justiça por Marielle e Anderson, em frente ao Tribunal de Justiça, no centro do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estão presos desde 12 de março de 2019, e foram interrogados hoje por videoconferência. Lessa está no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz, no Complexo da Papuda, em Brasília.

Os acusados de serem mandantes dos crimes são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, respectivamente, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e deputado federal. O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, é acusado de ter prejudicado as investigações. Os três estão presos desde 24 de março desse ano, depois das delações premiadas de Élcio e Ronnie.

Há um processo paralelo contra eles no Supremo Tribunal Federal (STF), que julga os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, por causa do foro. Também são réus no processo o ex-policial militar Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, que teria ajudado a se livrar da arma do crime, e o major Ronald Paulo Alves Pereira, que teria monitorado a rotina de Marielle.

A motivação do assassinato de Marielle Franco, segundo os investigadores, envolve questões fundiárias e grupos de milícia. Havia divergência entre Marielle e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre o Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

Testemunhas

Foram listadas nove testemunhas no julgamento que começou nessa quarta-feira. Oito delas depuseram presencialmente: Fernanda Chaves, assessora de Marielle; Marinete Silva, mãe de Marielle; Mônica Benício, viúva de Marielle; Ágatha Arnaus, viúva de Anderson; Carlos Alberto Paúra Júnior, policial civil que investigou o carro usado no crime; Luismar Cortelettili, agente da Polícia Civil do Rio; Guilhermo Catramby, delegado da Polícia Federal; e Marcelo Pasqualetti, policial federal. Carolina Rodrigues Linhares, perita criminal, não compareceu, e foi exibido um vídeo da oitiva em que participou nas fases iniciais do processo.

Nos depoimentos, os familiares de Marielle e Anderson destacaram o impacto causado pelos assassinatos na época e como eles continuam repercutindo em suas vidas. A fala de Ágatha Arnaus foi uma das mais emotivas, ao indicar como a morte do marido prejudicou o desenvolvimento do filho, que possui uma condição rara de saúde.

“O Arthur passava mal todo dia 13 ou 14 do mês, depois da morte do Anderson. Acho que muito também por ver na televisão e pelo jeito que eu chegava em casa. Ele já tinha perdido o pai. Eu estava resolvendo outras coisas também relacionadas à morte. Momento que ele ficou sem o pai e sem a mãe”, disse Ághata.

Os policiais, a perita e o delegado que falaram na sequência trouxeram detalhes sobre o processo de investigação dos assassinatos. Foi relatado, por exemplo, como se deram as primeiras buscas por informações sobre o veículo usado nos assassinatos. Por meio de imagens de câmeras e OCRs, pequenos pen-drives instalados em câmeras que controlam o tráfego, a polícia descobriu que se tratava de um Cobalt prata, com placa clonada, e qual foi o trajeto realizado pelos assassinos.

Rio de Janeiro (RJ) 30/10/2024 – Ex. assessora da Marielle, Fernanda Chaves, durante depoimento no 4º Tribunal do Júri. Frame IV Tribunal do Júri/Divulgação – Frame IV Tribunal do Júri/Divulgação

O policial Carlos Alberto Paúra Júnior relatou que foi preciso investir na compra de novos computadores para dar conta do processamento de um número muito grande de dados de trânsito. Também falou sobre a frustração de a polícia não ter conseguido obter informações de telemática com o Google e a Apple, como dados de GPS, porque as empresas não quiseram colaborar. E que talvez tivesse sido possível interceptar o veículo dos assassinos se um jornal não tivesse divulgado o número da placa.

No vídeo exibido no julgamento, a perita Carolina Rodrigues Linhares falou sobre como se chegou ao modelo da arma usado no crime. A partir da análise da dispersão de avarias no veículo, nos cadáveres e estojos no chão, foram testados cinco tipos de armas de fogo, disparadas nos carros durante a reprodução do crime. A que mais se assemelhou ao cenário observado foi a submetralhadora MP5, de calibre 9mm, produzido pela fabricante alemã Heckler & Koch.

Réus

Durante o interrogatório, o ex-policial militar Ronnie Lessa, de 54 anos, disse que recebeu, primeiramente, uma oferta para assassinar o ex-deputado federal Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur.

“O assunto começou no final de 2016. Surgiu a oferta com a seguinte palavra: você vai ficar milionário. Em janeiro, estive com a pessoa novamente, e ela veio trazer um nome que eu tive que rir”, disse Ronnie. “Ele era um político e eu achei inviável, achei que fosse uma loucura”.

Montagem de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz durante depoimento no caso do assassinato de Marielle Franco. Foto: MP/Reprodução – MP/Reprodução

“Quando chegou no fim de agosto para setembro, veio novamente o assunto. E aí, surgiu essa proposta em relação a Marielle. Foi chocante pelos números [do pagamento]. Eu aceitei e marcamos a reunião com os mandantes. Nessa reunião, eles me expuseram o pedido e o nome dela. Eu não conhecia a Marielle, nunca tinha visto foto dela. E dali nós buscamos os meios necessários para dar prosseguimento”, complementou.

Ronnie também disse que ouviu dos mandantes que o motivo para assassinar a vereadora era uma questão fundiária.

“Na época, me foi dito que ela atrapalharia, entraria no caminho e atrapalharia a venda de dois loteamentos. Um dos loteamentos seria para o Macalé [ex-PM Edmilson Oliveira da Silva] e o outro loteamento seria dos mandantes. Não sei se iam distribuir”, disse Lessa.

“As palavras deles foram as seguintes: que ela teria se reunido com algumas lideranças comunitárias e ela teria dado uma opinião para que ninguém mais aderisse ao loteamento feito por milicianos. Eles usaram esse termo: ela virou uma pedra no caminho e nós vamos dar prosseguimento. Tem muita grana envolvida nisso e foi o que aconteceu.”

Élcio Queiroz depôs em seguida. Ele afirmou que, na virada de ano de 2017 para 2018, Lessa lhe contou que estava envolvido em um trabalho de execução por encomenda, que o alvo seria uma mulher e que, inclusive, já tinham tido a oportunidade de matá-la mas não conseguira.

Queiroz contou ainda que foi convidado por Lessa para participar do assassinato apenas no dia do crime. De início, ele não sabia que seria um homicídio, apenas que precisaria dirigir para o parceiro, em um “trabalho”. Ele destacou ainda que chegou a receber uma foto de Marielle com outras mulheres, mas, até então, não conhecia a vereadora.

Apenas depois de se encontrar com Ronnie Lessa, na Barra da Tijuca, e chegar ao centro da cidade, onde começariam a colocar em prática o crime, foi que Élcio viu o companheiro pegando uma submetralhadora e ficou sabendo que o “trabalho” se tratava do assassinato da vereadora.

No depoimento, Élcio diz que inicialmente Ronnie pensou em matar Marielle no centro da cidade, assim que ela saiu de um evento, mas eles desistiram devido à existência de câmeras no local. Então, ambos seguiram o carro da vereadora até o Estácio, onde Lessa mandou Élcio emparelhar com o carro de Marielle e começou a disparar sua arma. Depois, os dois fugiram em direção à zona norte.

Pelos crimes de morte, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual, vai pedir ao Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri a condenação máxima, que pode chegar a 84 anos de prisão. O júri é formado por sete homens e a juíza que preside o julgamento é Lucia Glio,

Agência Brasil 

Laudo médico diz que presidente Lula teve traumatismo craniano ao sofrer queda

Presidente Lula

O Dr. Roberto Kalil Filho, disse que Lula sofreu um traumatismo craniano devido à pancada na parte de trás da cabeça, mas está em boas condições e poderá retomar suas atividades normais em breve. O presidente sofreu um acidente doméstico no Palácio da Alvorada e precisou ser levado ao Hospital Sírio-Libanês, em Brasília no último sábado, 19.

Em entrevista à CNN, o médico explicou que o ferimento, provocado na queda, exigiu pontos e, após tomografias e ressonâncias, foi identificado um pequeno sangramento na região temporal, parte frontal do crânio. Esse tipo de lesão é comum em quedas, quando o contragolpe afeta a parte oposta ao local da pancada.

Kalil afirmou que o presidente não perdeu a consciência durante o acidente. “Ele não desmaiou, nem escorregou. Foi um impacto forte, mas ele permaneceu consciente o tempo todo”, disse. Apesar do susto, Lula já foi liberado pela equipe médica para voltar ao trabalho, embora o Dr. Kalil tenha recomendado que ele evite viagens longas por enquanto. “Nas primeiras 24 horas após um traumatismo craniano, é prudente evitar deslocamentos longos. Por isso, sugerimos que o presidente adiasse compromissos internacionais”, afirmou.

Como resultado dessa recomendação, Lula cancelou sua viagem à Cúpula dos Brics, que acontecerá em Kazan, na Rússia. O embarque estava previsto para o domingo (20), mas, por precaução, o presidente participará do evento por videoconferência. Parte da comitiva presidencial já havia seguido para a Rússia como parte da preparação logística.

Veja o boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês:


Do BLOG DO MINARD

Lula pressiona e Enel se compromete a aumentar equipe para enfrentar apagão em São Paulo

A distribuidora Enel anunciou um compromisso com o governo federal para ampliar sua equipe de eletricistas, passando de 1,8 mil para 2,5 mil profissionais. Essa medida visa combater a crise de falta de energia que afeta São Paulo e a região metropolitana. Segundo a coluna Painel S. A., da Folha de S. Paulo, além da Enel, outras empresas do setor, como Neonergia, Energisa, CPFL e Light, contribuirão com mais 400 eletricistas, totalizando quase três mil trabalhadores dedicados à recuperação do sistema elétrico na capital paulista. O reforço será apoiado por mais de 200 veículos e 50 equipamentos fornecidos para agilizar o atendimento.

O acordo é uma resposta à pressão exercida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), sobre a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para que uma solução imediata fosse encontrada. A falta de energia tem sido um problema recorrente, e este é o terceiro episódio grave envolvendo a Enel, que tem enfrentado duras críticas em sua operação.

Ainda segundo a reportagem, fontes próximas às discussões indicam que Silveira também está trabalhando para que a Aneel prossiga com a avaliação do processo de caducidade da concessionária, uma medida que pode trazer consequências sérias para a empresa, caso suas falhas não sejam resolvidas de maneira eficaz e em tempo hábil.

Brasil 247