Na manhã desta sexta-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a Operação Clientelismo, cumprindo cinco mandados de busca e apreensão em Itaipava do Grajaú/. A ação foi autorizada pelo Tribunal Regional Eleitoral e está vinculada a um inquérito que investiga um esquema de transferência fraudulenta de domicílio eleitoral e compra de votos envolvendo candidatos às eleições de 2024 e uma servidora que prestou serviços à Justiça Eleitoral no município.
As investigações apontaram que o grupo criminoso aliciava eleitores da zona rural de Jenipapo dos Vieiras e Grajaú, com foco em indígenas das aldeias São Pedro dos Cacetes (Jenipapo dos Vieiras) e Coquinho 2 (Grajaú), além de eleitores do povoado Alto do Coco (Grajaú). Os eleitores eram convencidos a transferir seus domicílios para Itaipava do Grajaú mediante promessas de vantagens como cestas básicas, materiais de construção, gado, construção de estradas e instalação de energia elétrica.
As transferências eram realizadas de forma irregular, com a utilização apenas do documento de identidade, sem a exigência de comprovante de residência ou declaração de domicílio.
A operação de hoje também tem relação com um episódio ocorrido durante as eleições deste ano, no dia 6 de outubro. Na ocasião, a Polícia Federal, junto com a Polícia Civil, Polícia Militar e o Exército, desobstruiu a via de acesso à Aldeia Urucu, onde estavam instaladas seções eleitorais. O bloqueio havia sido realizado por indígenas para protestar contra a transferência irregular de eleitores de outras cidades para Itaipava do Grajaú.
Lideranças indígenas alegaram que muitos desses eleitores votariam na seção da Aldeia Juruá, e o bloqueio tinha como objetivo impedir esse ato considerado irregular.