Juiz Raphael Leite Guedes, durante a leitura de sentença em Santa Inês
Foi realizado nesta quinta-feira, dia 9 de maio, o julgamento de Allan Erick Salgueiro Figueiredo, em sessão que começou pela manhã e terminou à noite. Ao final dos trabalhos, o réu foi condenado a 15 anos e sete meses de prisão, a ser cumprida em regime fechado, inicialmente. O júri foi presidido pelo juiz Raphael Leite Guedes, titular da 4ª Vara de Santa Inês e foi acompanhado por muitas pessoas, devido à repercussão do caso, inclusive na imprensa. O réu estava sendo julgado pela morte de Raimundo Silva Santos, seu ex-empregado, fato que ocorreu em 5 de setembro de 2021.
De acordo com o inquérito policial que fundamentou a denúncia, Raimundo foi morto com vários disparos de arma de fogo, na frente de casa. Seguiu narrando que, na data e local citados, por volta das 14h, Allan Erik Salgueiro Figueiredo, utilizando-se de uma arma de fogo, um revólver calibre 38, sem dar qualquer chance de defesa à vítima e agindo com motivação fútil, teria desferido vários disparos contra Raimundo Silva Santos. Foi apurado que Allan, conduzindo uma caminhonete Hilux, chegou na residência da vítima buzinando, oportunidade em que Antônio Abreu, cunhado de Raimundo, avisou-lhe que Allan Erik estava lhe aguardando do lado de fora do imóvel.
Após Raimundo sair na porta da casa, Allan teria dito a seguinte frase: “Tu quer é arranjar confusão comigo?”. Em seguida, teria desferido alguns disparos, atingindo fatalmente Raimundo Silva. Após a prática do crime, o denunciado se evadiu do local, momento em que a vítima foi socorrida pela esposa e mais duas pessoas, sendo levado para o Hospital Thomaz Martins, de onde foi transferida para o Socorrão I, em São Luís. No dia seguinte aos fatos, Raimundo faleceu. Foi realizada busca e apreensão na residência de Allan, oportunidade em que foram encontrados munição de revólver, calibre 38 intacta e um estojo de munição de mesmo calibre deflagrada, além de dois requerimentos de registro de arma de fogo.
RAIMUNDO TRABALHAVA PARA ALLAN ERICK
Raimundo Silva chegou a trabalhar para Allan por cerca de oito anos, no estabelecimento comercial denominado “Posto de Molas Sol Nascente”. Foi apurado, ainda, que o motivo do crime teria sido o fato de Raimundo Silva ter pedido a ele melhoria salarial e melhores condições de trabalho, motivos esses de natureza fútil. Em depoimento à polícia, Allan ressaltou que queria colaborar com as investigações. No entanto, além de não ter apresentado a arma utilizada no crime, fez uso do seu direito constitucional de permanecer em silêncio. Após algum tempo foragido, Allan Erick foi capturado no Estado de Pernambuco, onde ficou preso.
A sessão foi realizada no salão do júri do Fórum de Santa Inês, e contou com a presença de alguns acadêmicos de Direito. Allan Erick participou do julgamento através de videoconferência.